A última pesquisa não é surpresa para quem tem acompanhado o desempenho dos pré-candidatos de forma global, dando atenção ao contexto e aos limites de alcance da própria pesquisa. Além disso, faz-se necessário inserir elementos qualitativos que não são tão facilmente reduzíveis a números, às simplificações estatísticas correntes.
Deve-se também atentar para os dados que precisam receber tratamento diferenciado, além de distinguir o que pode ser tido como conclusivo ou apenas indicativo de um momento.
Os pontos menores, às vezes, trazem os índices que revelam questões fundamentais no desdobramento do processo examinado.
Deve-se também atentar para os dados que precisam receber tratamento diferenciado, além de distinguir o que pode ser tido como conclusivo ou apenas indicativo de um momento.
Os pontos menores, às vezes, trazem os índices que revelam questões fundamentais no desdobramento do processo examinado.
A pesquisa DataFolha traz novamente Serra na frete da disputa eleitoral para a presidência da república em 2010. O que atraiu atenção de alguns, nessa recente pesquisa, foi o crescimento da diferença entre o pré-candidato do PSDB (Partido da Social-Democracia Brasileira) e a pré-candidata Dilma do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo como referência a pesquisa CNI/Ibope anteriormente divulgada, onde a Dilma aparecia com índices bem mais próximos de Serra, 30% e 35% respectivamente.
Tanto naquele momento como agora, houve um surto de múltiplas euforias. Primeiro no grupo de Dilma e agora no grupo de Serra. Essas variações de crescimento e o estacionamento são tipicamente efeitos contextuais do período pré-eleitoral. Ainda estão sujeitos aos fatores desencadeado pelo embate eleitoral que, pelos fatos sondados, vai ser de intenso confronto. Esse resultado apresenta contextualmente as consequências: da redução do efeito da exposição de Dilma/Lula nos eventos oficiais e a maior exposição de Serra na mídia na forma de pré-candidato.
Agora, após ter assumido a condição de pré-candidato, vai ter que mostrar resistência diante das críticas e dos ataques dos seus dois principais adversários até o momento: Ciro e Dilma.
O que torna, no momento, as euforias partidárias ainda mais inconsistentes são os índices de rejeição dos dois pré-candidatos que lideram as pesquisas: Serra e Dilma. Dilma, na recente pesquisa DataFolha, só tem 2% a menos de rejeição do que Serra. Isto é, há um empate técnico entre eles em termos de rejeição. Por outro lado, o fato dos candidatos ainda não terem intensificado suas campanhas e não disporem do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, ficam sem a menor sustentabilidade as afirmações do tipo “já ganhou”. No momento, os dados apontam que a campanha de Dilma vai demandar muito esforço e empenho. É hora de campanha, principalmente para os que trocem por Dilma.
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