Não basta ser rico tem que ser arrogante. Esse é o Primeiro mandamento da way of life maranhense. Isto é, ser boçal é referência de riqueza e de requinte. A prepotência e a arrogância são exercícios diários para manter inquestionável seu status de gente importante!!! Esses tipos aprecem sempre travestidos de imperadores, valentões, filho disso e daquilo, mas jamais como cidadão, com as mesmas obrigações e os mesmos deveres do demais. Detestam os mecanismos que buscam consagrar a ascensão pelo esforço e pelo mérito, enricar pelo trabalho e não tomar o bem público como coisa particular. São Mandões acima e à margem da lei.
Segundo mandamento, dizer e parecer que é amigo de alguém importante. Quem não é apadrinhado não sobrevive. Para eles isso é uma filosofia de vida. Esse recurso tem um bordão síntese: você não sabe com quem está mexendo! O apadrinhado é um sinônimo de impune e inviolável. A grande realização do apadrinhado é ser e sobreviver em cargos por indicação. O grande objetivo dessa “carreira” é ser indicado e receber sem trabalhar.
Terceiro, não permite que pobres entrem ou circulem por ambientes onde eles tradicionalmente consideram seus lugares. Os pobres são impedidos de entrarem, de circularem nos shoppings. Onde eles vão não pode existir “povão”, “gente feia”, “baixa renda”.
Quarto, não basta ter, faz-se necessário dizer que o outro não tem nada. A exacerbação da miséria e sua naturalização é condição sine qua non para afirmação do seu luxo. Um grande senhor da way of life boçal sentenciou que “as palafitas fazem parte da nossa paisagem, servem aos cartões postais.” A miséria é ideal para afirmação do luxo.
Quinto, copiar tudo que há de equivocado e superado nos outros lugares e reproduzirem aqui de forma piorada. Nesse particular tem destaque a arquitetura. Os condomínios para parecerem sofisticados são batizados com nomes estrangeiros.
Sexto, tirar foto em pontos turísticos no exterior e depois ficar elogiando os lugares para os amigos, mas sem nunca demonstrar que percebeu que aqueles lugares receberam investimento público ou privado, que há respeito e esforço de conservação, que normas de segurança e de utilização dos espaços são seguidas. Adoram aparecer nas avenidas de Paris e de Londres, mas esquecem que sob elas existem galerias de esgoto, que o asfalto é de qualidade, que as calçadas são padronizadas para garantir o uso por todos etc. O mais incrível que eles nunca reconhecem que tudo que falta aqui é fruto da ação deles enquanto donos do poder.
Sétimo, ter uma devoção incondicional por carro. Carro é uma prioridade de vida. Ter só um carro é ser pobre. Usar o mesmo carro por mais de 3 anos é sinal de miséria. Quem tem carro mil é um coitado ou está falido. Ter uma Pick-Up é como receber um título de nobreza. A justificativa para a compra: aqui tem muito buraco. Pois é, não precisamos de ruas boas, mas de Pick-Up.
Oitavo, defender capitalismo, mas não deixando que haja livre iniciativa, concorrência e desmerecendo o enriquecimento pelo trabalho.
Nono, tratar empregada doméstica como escrava. Construir uma senzala no fundo do quintal para ela morar ou enfiá-la numa dependência de empregada menor que uma cela de presídio. Obrigá-la a entrar e sair do prédio usando o elevador de serviço. Ameaçá-la de surra quando ela exigir os direitos trabalhistas.
Décimo, casamento endogâmico, ou entre importantes para não contaminar o sangue. Porém, os anos seguintes são de intensas aventuras, de uma vasta conta de manutenção de amantes homens e mulheres e uma filharada fora do sagrado casamento. Tem um conhecido kit Celular, Carro e Curso.
Décimo Primeiro, usar os empregados para encomendar uns serviços espirituais nos terreiros, ou entrar e sair nas sessões escondidos. Publico os mandamentos restantes no final do ano. Ilustraremos esse estilo de vida com dois exemplos: todos os banheiros dos estabelecimentos frequentados por esses senhores revelam essa mentalidade. Os banheiros são sujos, porque eles usam, mas como nobres não podem dar descarga, o assento do vaso sanitário fica todo sujo de urina porque o senhor se sente rebaixado se levantar a tampa. Ao lado do cesto de lixo tem sempre um chumaço de papel sujo e lá fica pelos mesmos motivos anteriores. Mixar no chão é ser extrovertido. O outro exemplo é forma agressiva e arrogante da ocupação do espaço urbano, sem nenhum cuidado com o meio ambiente, sem oferecer nenhuma compensação e suprimindo o interesse e bem estar público em prol de privilégios privados. Basta ver a construção do shopping Rio Anil bem próximo ao “viaduto” da Cohab, um absurdo. O viaduto é uma peça inacabada e o engarrafamento já constante a qualquer hora do dia. Que compensação foi feita para evitar transtorno de acesso ao Cohatrac e Itapiracó? Como se não bastasse esse shopping em lugar impróprio, agora vai ser construído um “mega” shopping num ponto por demais problemático, entre dois pontos críticos: o viaduto da Cohama (também incompleto, falta alça de contorno), com um cruzamento que causa engarrafamento constante e a ponte do Caratatiua, próxima a Merck, um verdadeiro gargalo. Quem vai conseguir trafegar nessas Avenidas?
Segundo mandamento, dizer e parecer que é amigo de alguém importante. Quem não é apadrinhado não sobrevive. Para eles isso é uma filosofia de vida. Esse recurso tem um bordão síntese: você não sabe com quem está mexendo! O apadrinhado é um sinônimo de impune e inviolável. A grande realização do apadrinhado é ser e sobreviver em cargos por indicação. O grande objetivo dessa “carreira” é ser indicado e receber sem trabalhar.
Terceiro, não permite que pobres entrem ou circulem por ambientes onde eles tradicionalmente consideram seus lugares. Os pobres são impedidos de entrarem, de circularem nos shoppings. Onde eles vão não pode existir “povão”, “gente feia”, “baixa renda”.
Quarto, não basta ter, faz-se necessário dizer que o outro não tem nada. A exacerbação da miséria e sua naturalização é condição sine qua non para afirmação do seu luxo. Um grande senhor da way of life boçal sentenciou que “as palafitas fazem parte da nossa paisagem, servem aos cartões postais.” A miséria é ideal para afirmação do luxo.
Quinto, copiar tudo que há de equivocado e superado nos outros lugares e reproduzirem aqui de forma piorada. Nesse particular tem destaque a arquitetura. Os condomínios para parecerem sofisticados são batizados com nomes estrangeiros.
Sexto, tirar foto em pontos turísticos no exterior e depois ficar elogiando os lugares para os amigos, mas sem nunca demonstrar que percebeu que aqueles lugares receberam investimento público ou privado, que há respeito e esforço de conservação, que normas de segurança e de utilização dos espaços são seguidas. Adoram aparecer nas avenidas de Paris e de Londres, mas esquecem que sob elas existem galerias de esgoto, que o asfalto é de qualidade, que as calçadas são padronizadas para garantir o uso por todos etc. O mais incrível que eles nunca reconhecem que tudo que falta aqui é fruto da ação deles enquanto donos do poder.
Sétimo, ter uma devoção incondicional por carro. Carro é uma prioridade de vida. Ter só um carro é ser pobre. Usar o mesmo carro por mais de 3 anos é sinal de miséria. Quem tem carro mil é um coitado ou está falido. Ter uma Pick-Up é como receber um título de nobreza. A justificativa para a compra: aqui tem muito buraco. Pois é, não precisamos de ruas boas, mas de Pick-Up.
Oitavo, defender capitalismo, mas não deixando que haja livre iniciativa, concorrência e desmerecendo o enriquecimento pelo trabalho.
Nono, tratar empregada doméstica como escrava. Construir uma senzala no fundo do quintal para ela morar ou enfiá-la numa dependência de empregada menor que uma cela de presídio. Obrigá-la a entrar e sair do prédio usando o elevador de serviço. Ameaçá-la de surra quando ela exigir os direitos trabalhistas.
Décimo, casamento endogâmico, ou entre importantes para não contaminar o sangue. Porém, os anos seguintes são de intensas aventuras, de uma vasta conta de manutenção de amantes homens e mulheres e uma filharada fora do sagrado casamento. Tem um conhecido kit Celular, Carro e Curso.
Décimo Primeiro, usar os empregados para encomendar uns serviços espirituais nos terreiros, ou entrar e sair nas sessões escondidos. Publico os mandamentos restantes no final do ano. Ilustraremos esse estilo de vida com dois exemplos: todos os banheiros dos estabelecimentos frequentados por esses senhores revelam essa mentalidade. Os banheiros são sujos, porque eles usam, mas como nobres não podem dar descarga, o assento do vaso sanitário fica todo sujo de urina porque o senhor se sente rebaixado se levantar a tampa. Ao lado do cesto de lixo tem sempre um chumaço de papel sujo e lá fica pelos mesmos motivos anteriores. Mixar no chão é ser extrovertido. O outro exemplo é forma agressiva e arrogante da ocupação do espaço urbano, sem nenhum cuidado com o meio ambiente, sem oferecer nenhuma compensação e suprimindo o interesse e bem estar público em prol de privilégios privados. Basta ver a construção do shopping Rio Anil bem próximo ao “viaduto” da Cohab, um absurdo. O viaduto é uma peça inacabada e o engarrafamento já constante a qualquer hora do dia. Que compensação foi feita para evitar transtorno de acesso ao Cohatrac e Itapiracó? Como se não bastasse esse shopping em lugar impróprio, agora vai ser construído um “mega” shopping num ponto por demais problemático, entre dois pontos críticos: o viaduto da Cohama (também incompleto, falta alça de contorno), com um cruzamento que causa engarrafamento constante e a ponte do Caratatiua, próxima a Merck, um verdadeiro gargalo. Quem vai conseguir trafegar nessas Avenidas?
Porém, a solução já veio dos prefeitos endinheirados do interior: helicóptero.
Eis a WAY OF LIFE BOÇAL!!!
Chico, meu caro, você não tá "enteindeindo".
ResponderExcluirAo permitir a construção desses templos do consumismo em locais de tão fácil e amplo acesso, o que se pretende é que o sujeito se mude para lá.
São, na verdade, shoppotéis ou pousadopings.
Enquanto isso, na Sala de Justiça...
Francisco,
ResponderExcluirDaqui a pouco esse estilo vira filme: "os boçais"
ed wilson
Caro Chico.
ResponderExcluirInteressante sua postagem. Ela trata de um reflexo social das práticas políticas oligárquicas. Há um condomínio de oligarquias de vários escalões, do governo do estado, passando pelo judiciário, até as miseráveis prefeituras dos mais distante dos interiores.Todos procuram reproduzir os desmandos anti-republicanos e patrimonialistas.
Poderia desenvolver mais essa micro-sociologia da classe mádia ludovicense (rsrsrs).
Saudações.
Cristiano, Érico e Ed...,
ResponderExcluirObrigado! Boas visitas...e bons comentários...
Caro Érico..é isso mesmo: "enquanto isso, na sala de justiça!" Boa sacada!!!
Ed..o filme já está rolando... agente só está do lado de fora do set de filmagem!Rsssss..
Capovilla, é só para jogar gás no debate.. Realmente aqui ainda está muito carente de estudos..Mas isso tudo que você disse também está instaurado nas universidades, nas comissões de pesquisa.. As bolsas de pesquisas são propriedades de uns notórios gênios...que nunca publicam nada e nem acrescentam nada ao conhecimento... Muito obrigado... e vamos para a vitória, em breve!!! Com sua inteligência e juventude... ajude a mudar isso!