Nenhum desses estatizantes pode alegar agora que uma sociedade não consegue sobreviver sem o Estado. São Luís provou que é possível sobreviver sem o Estado. Bem, isso é só para ilustrar a questão que vou tratar: a ausência de homens públicos e gestores à altura das necessidades de São Luís.
Todos nós sabem que a sociedade precede o Estado e muito provável que sobreviva após seu ocaso. Várias utopias defendem um fim do Estado. Mas historicamente o Estado é um fenômeno recente e em diversas épocas e situações a sociedade sobreviveu sem a existência desse. Como também sobreviveu após o termino de certas constituições políticas: Atenas e Roma.
Mas, o que quero mesmo tratar são das opções eleitorais em termos de candidatura para a eleição de 2016, particularmente para o cargo de prefeito de São Luís. Começo enfatizando que as opções eleitorais no passado recente eram péssimas e podem pior ainda mais no presente. Principalmente com essa tentativa de Holandinha de reeleição. Isto é, o quadro de opções não melhorou e tende a piorar. Isso porque ainda tem partido por decidir sobre candidatura própria ou coligação. Existe legenda ainda buscando nome para lançar como candidato a prefeito de São Luís. Graças a esse miserável e falido sistema eleitoral/partidário brasileiro, que não leva os partidos a terem efetividade programática e propostas minimamente consistentes e bem definidas. O que aí está só favorece o velho adesismo e ao mercado de aluguel de legenda. Além de alimentar uma casta que vivem como nobres à custa do dinheiro na forma de Fundo Partidário (uma verdadeira excrecência criada em 1988).
Muitas candidaturas ainda não foram definidas. E há rumores que outros nomes venham a entrar em cena, além dos que já estão postos. Até o momento ninguém se apresentou resguardado em um projeto amplo de reformas e melhorias para a cidade. Propostas que impliquem claramente em mudança na forma de gestão, que seja uma ruptura com diversos esquemas lá instalados e que estão se perpetuando ao logo dos anos. Acabar com o continuísmo de um grupo que lá está a mais de 25 anos. Não tenho oligarquia de estimação.... e alternância é uma necessidade da democracia.
Coisas gravíssimas estão se perpetuando na ordenação do território de São Luís, o município está um caos. são Luís precisa ter uma política melhor no desenvolvimento da qualidade de vida e na melhoria de seu grau de competitividade... Cada vez fica mais difícil "vender" São Luís como um atrativo turístico, ter maior faturamento com turismo.
Basta ver como recentemente enterraram o VLT, o projeto inicial tinhas falhas, mas não quer dizer que não seja viável, que vá agregar valor à cidade e de ser muito útil para a população. Conheço cidades de 450 mil habitantes que possuem VLT e com estações com interligações aos ônibus coletivos etc.. Bem, sozinha São Luís já ultrapassa 1 milhão de habitantes, só que não é só isso, ela está no agregado urbano na ilha, formado por mais três municípios. Esse sistema de transporte é fruto de um perverso e com a cumplicidade de TODOS os grupos políticos que já passaram por essa prefeitura.
Até hoje não se formalizou e nem ganhou efetividade o projeto de metropolização da região de São Luís. Absurdo total e contra o qual ainda não vi nenhuma medida.
Mas não é só isso, São Luís concentra mais de 70% dos serviços e recebe uma carga diária de veículos e pessoas muito grande, que pesam sobre a infraestrutura e os serviços. Essa carga é oriunda principalmente dos municípios que se encontram no raio de 300 km, próximos ou às margens da BR 135 e da BR 222. Não tem como isso funcionar bem sem disciplinamento, investimento e melhoria em transporte e infraestrutura.
O que temos hoje como prefeito é uma pessoa que não significa nada em termos de mudança política, que não possui qualquer projeto amplo para melhora a cidade, que tem um déficit enorme de promessas não cumpridas, um acervo de promessas insignificantes e que não possui condições política de fazer reformas na gestão administrativa e no planejamento urbano da cidade. Ele não sabe o significado nem a finalidade pública do lugar que ocupa. Para que mais do mesmo? E essa turma que está em volta do prefeito não tem mais nada a propor para a cidade há tempos. O que eles querem? Essa turma que está com Holandinha só quer se cacifar, se capitalizar eleitoralmente para poder elevar o custo do apoio a Flávio em 2018. Caso não ganhem mais e mais espaço junto ao governo de Flávio, vão fazer o que mais sabem fazer... cavar cova e ajudar a enterrar. Nisso são especialistas, já aniquilaram diversos ex-aliados.
Nas demais legenda, na maioria, a atividade vai ser o jogo da barganha para ver quem oferece a melhor oferta pelo "apoio". Está entra no balcão de negócios a venda do tempo de televisão, a quantidade de cargos a receber no segundo e no terceiro escalão, barganha de licenças e autorizações etc. Outras legendas, identificadas como de esquerda, seguirão seus ritos de candidaturas programáticas, especialmente os partidos anti-sistêmico. O restante de esquerda vai seguir a condição de linha auxiliar ao lulismo compondo entre si.
No campo da competição eleitoral, o que se apresenta com efetiva força de competitiva é da mesma faixa ideológica e de pensamento social conservadora (uso aqui no sentido tradicionalista) que o atual prefeito Holandinha. Portanto, cabe a Eliziane convencer que não vai ser mais uma pessoa despreparada a ocupar o cargo de prefeito. Além disso, tem que afastar o temor que as inúmeras adesões que vem recebendo sua candidatura produza um loteamento da Prefeitura que só vai servir ao aprofundamento das concessões e favores que estão enterrando a administração pública em todo o país, prejudicando gravemente a qualidade dos serviços públicos e a qualidade de vida dos cidadãos. Bom ela não esquecer que foi a favor do Impeachment em nome da moralidade pública e respeito aos cidadãos.
Pré candidato Bira. Desconfio que lhe falta o faro e a intuição para se antecipar e construir cenários e possibilidades futuras. Acabou que não usou bem o espaço da Assembleia para ter mais projeção e depois foi ficar mais invisível em uma secretaria. A pasta que assumiu contribuiu muito para isso. Quer ser candidato mas não procurou uma legenda que assegurasse isso? Isso não existe. Roberto Rocha não me parece ingênuo a ponto de retroceder a um ponto tal de facilitar e permitir a candidatura de Bira. O fato é simples de entender: Bira não agrega para ele. Roberto certamente sabe que lhe é mais vantajoso ir na direção de uma candidatura que lhe possibilite maiores voos fora do campo gravitacional dos Leões. Pois compor com um grupo que possa se fortalecer como alternativa para 2018 é uma opção muito melhor (não é nem preciso uma ruptura agora, mas se capitalizar para mudar o nível de acerto em 2018). Bira era para ter previsto isso e ter claro que ser candidato a prefeito em 2016 lhe colocaria em melhores condições de disputa para o Senado. Candidatura sem ter combinado com quem controla a legenda... não é o procedimento recomendado.
Pré candidato Mário. Bem, o tenho em grande consideração. A ideia de construir agora o nome eleitoralmente é boa, mas a legenda nesse contexto não ajuda. O PT (comando) e muitos petistas ainda não perceberam que há um vasto mundo para além do círculo de opiniões e de crenças deles. Desejo sucesso ao candidato Mário. Mas é bom pensar o custo de ser candidato pelo PT agora. Não é uma eleição estadual e o que resta de aderência ao petismo em São Luís é baixo. Basta ver a dificuldade que foi para eleger um vereador. Além disso, resta saber qual dos grupos do PT estão dispostos a fazer a campanha para o candidato Mário. A força que o PT do Maranhão tem de brigar internamente é infinitamente superior a de brigar com os adversários do campo político. A ideia é boa mas o meio de operacionalizar parece um tanto quanto problemática. Cuidado.
São Luís não está precisando de uma pessoa que seja incapaz de ser Prefeito que inapta à comando político, desinteressada e apática. Além de ser despossuída de visão interesse público, de capacidade de gerir eficazmente as prioridades, de capacidade de otimização de gastos públicos e de inovar. Salta aos olhos como o dinheiro é mal gasto e de forma inútil.
Vejam aquelas intervenções feitas no canteiro central da avenida Daniel de La Touche na Cohama, sob o argumento de melhorar o trânsito. A recorrente pintura de pedaços de meio fio, as áreas verdes de diversos bairros servindo de lixões e descarte de entulho etc. nem vou perder tempo enumerando... basta dizer que é uma péssima gestão.
São Luís precisa voltar a ser umas das mais atraentes cidades do país e ser positivamente diferenciada das demais capitais do Brasil. São Luís ser um atrativo de investimento, mas para tal é preciso melhorar seu nível de competitividade. Falta paisagismo, falta limpeza, falta melhorar os serviços, falta um calendário de atividades culturais mais consistente... Cidade sem uma política de arborização e jardinagem (para quem foi a ilha das flores), sem a rotina de reparo de meio-fio, pavimentação e calçadas. Quando alguém vai ver que aquilo na litorânea é só uma calçadão não um calçadão? Olhem nas outras capitais litorâneas do nordeste os calçadões de lá... Vejam a Litorânea de Aracaju. Sei que esse tais "gestores" já viram e conhecem tais coisas, porque vão sempre curtir lá fora. O absurdo maior é deixarem São Luís nessa miséria...
Como pode uma cidade como São Luís não ter um parque decente? Como deixar o Aterro do Bacanga, que era um parque estadual e nos custou milhões e milhões de dólares, ser ocupado de forma irregular, servir de lixão e tantas coisas desagradáveis implantadas lá... Algo tem que começar a ser feito nessa área e logo... O mínimo que é fazer logo a desocupação de toda a área retirar todos os bares, barraquinhas, restaurantes, casebres etc. Ali deve ser feito o que precisa ser feito: transforma o Aterro em uma área verde e de lazer para toda a cidade. Parque atraia recursos para as cidades e melhorar a qualidade de vida dos habitantes da cidade. Os parques da Península Ibérica atraem mais de 4 milhões de pessoas por ano e isso significa receita para as localidades. Isso se traduz em dinheiro que entra para a economia local. Como deixar o Aterro do jeito que está? Isso é de uma falta de visão, de uma mentalidade atrasada sem igual. Fazer um parque agradável e útil não é preciso milhões e milhões.. (talvez seja esse o motivo da permanência da atual situação).
Além disso, ainda contamos com as valas a céu aberto, que jogando esgoto in natura no mar. A vala da Areinha é um insulto aos moradores locais e a qualquer visitante. Pior é ver um resto de quadra poliesportiva abandonado em ruínas, mas as crianças ainda vão lá jogar. Desprezo demais pelos mais pobres.
São Luís é uma Princesa... açoitada e humilhada por hordas de perversos, por gente que nasceu só para atrapalhar a vida alheia. Vão ser sórdidos assim no inferno...
Já chega dessa "política" de alimentar uma clientela privada e eleitoral em prejuízo do bem comum e atentando contra o erário.
São Luís, Deus te livre de tantos demônios e algozes!