quarta-feira, abril 28, 2010

QUEM FAZ CALAR, CALA-SE!


Desconfio de democratas  que consideram a liberdade e a pluralidade como objetos de conveniências e não como elementos estruturadores do regime político. Liberdade e pluralidade são princípios, não são alegorias descartáveis sob pretextos.

Ciro Gomes está longe de ser o dono da verdade. Mas é necessário compreender que viver liberdade e pluralidade exige tolerância. Os dissonantes acabam fazendo parte da música geral. Os aliados não podem ser só os que concordam. Se todos olharem somente de um ponto, no mínimo, o grupo está abdicando de ver o todo pelas múltiplas possibilidades de ser visto. Quem só olha de um ponto dificilmente verá o todo, principalmente em realidades que não sejam bidimensionais.

A redemocratização ocorrida pós 80, do século passado, não se deu no mesmo ritmo em todas as frentes, em todos os segmentos do campo político e da vida do povo brasileiro. Sobre esse particular dediquei vários parágrafos de minha tese. Por exemplo, o sentimento de democracia que prevalece até hoje em alguns partidos e agremiações não são propriamente da Política, pois não tem viés público e é extremamente corporativo. Partido que não cultiva democracia numa perspectiva maior não vai ser afeto à Política como fenômeno constituído de espaço público. O Público como vivência de contraditórios e responsabilidades coletivas.

A transição conciliada, não Conciliada, como bem frisou Michel Debrun, possibilitou a continuidade de um corpo político não acostumado com democracia ou que só a vê em momentos de conveniência, sejam dos autobatizados de esquerda ou de direita. O caso demonstrativo dessa sinergia entre esse tipo de esquerda e esse tipo de direita é o caso Ciro Gomes. Por que a saída de Ciro foi tão festejada pela grande imprensa, que sempre o trata ou o qualifica com alguém agressivo, pavio curto etc.? Por que a imprensa paulista tem tanto interesse em desqualificar Ciro? Por outro lado, por que o DEM festejou a saída do Ciro da disputa presidencial e pensa em vitória no primeiro turno?

Vaidade. Ciro não é muito diferente dos demais que estão compondo a classe política brasileira, mas nesse caso teve humildade: ele se dispôs a ser o quebra ondas para garantir mais segurança na praia da campanha de Dilma.

Ciro tocou em dois pontos com os quais concordo e sobre os quais já tratei em textos anteriores: 1- o debate e uma polarização política ancorada em São Paulo; 2- a necessidade de mais uma candidatura pró-governo.

A inexperiência de campanha e disputa eleitoral da Dilma é algo que tem que ser levado em consideração. Sem a candidatura do Ciro a carga de ataques contra o governo não é distribuída. Dilma se tornou um alvo fixo. Além do PSDB e do DEM, no primeiro turno, ainda teremos as indagações e os pronunciamentos dos partidos de menor tempo de propaganda eleitoral gratuita, mas que estão funcionando e vão se esforçar para mostrar que existem. Alguém tem dúvidas de que a candidatura de Marina vai ser útil ao Serra? Quem fez as críticas mais duras ao governo Lula e ao PT até agora? Dilma vai ter que responder ou explicar tudo sozinha sobre todas as coisas do governo Lula e do PT. Bem aí vai fazer falta a candidatura do Ciro que, além de ter experiência em disputa eleitoral, fez parte do governo Lula, foi ministro e certamente atrairia parte dessas críticas. O Ciro não ia ter tantos condicionantes para fazer certos ataques necessários, forçando o Serra e os demais candidatos a terem que perder tempo respondendo a ele. A Dilma poderia respirar mais livre. Então qual o medo petista de Ciro? Na verdade não é um medo petista, mas um medo dirceuniano: Ciro sair fortalecido e mais credenciado para a disputa de 2014. Assim como o PSDB tem o peso do seu morto-vivo: FHC... com o PT não é diferente. É esperar para ver... O horário eleitoral está chegando. Liga a TV e assiste. Companheirada, não custa nada ler algumas outras coisas que estão por aí. Em 2007, Jonah Goldberg lançou uma obra intitulada Liberal Fascism. Já está traduzida para o português do Brasil.

O PT (Partido dos Trabalhadores), apesar não ter sido um partido único, foi um partido, até essa eleição, de um único candidato. Lula, por mais que tenha sofrido ataques da imprensa durante sua carreira, o saldo tem sido positivo para ele. Isto é, Lula sempre gozou de um considerável grau de simpatia de parte da imprensa brasileira. Quem, em certa medida, ajudou o lulismo a crescer e a diminuir o petismo foi a grande imprensa.
O sonho dos setores mais reacionários da política brasileira é destruir o petismo. Vide a insistência sarneysista em neutralizar os petistas do Maranhão, em querer afundá-los no caldo da indistinção, de que tudo é a mesma coisa. Voltemos ao assunto principal. Dilma não é Lula e a imprensa paulista, que é a grande imprensa hoje no Brasil, já deu sinais de pouca condolência para com a ex-ministra Dilma.

Por outro lado, essa contaminação pê-eme-de-bista do sistema partidário e político brasileiro é nefasta. Um partido existir sem um projeto político maior, sem um projeto unificado e coletivo, ser apenas um aglomerado de interesses meramente personalistas e de conveniência é perigoso ao regime Democrático e Republicano. Olhemos como opera a direção nacional do PMDB e o PMBD de São Paulo. Quércia vai de Serra e não abre. Michel Temer vai de Quércia e não abre. Isto é, no colégio eleitoral mais significativo do Brasil, na região onde a candidatura de Dilma pode ter sacramentada sua derrota, o PMDB, partido dito aliado, que reivindica o posto de Vice- Presidente na chapa de Dilma, cujo nome a indicar não é nada menos que seu presidente, Michel Temer (um político paulista).

O que disse o Estadão ontem:

“O acordo estreita ainda mais os laços entre PSDB e PMDB em São Paulo e vai contra decisão da cúpula nacional do partido, que fechou aliança com o PT para apoiar Dilma Rousseff na disputa presidencial em troca de indicar o vice.

Presidente da sigla no Estado, o ex-governador Orestes Quércia já anunciou, entretanto, mais de uma vez que seu candidato à Presidência é Serra. “

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,apoio-a-serra-da-ao-pmdb-uma-secretaria-em-sao-paulo,543852,0.htm

O Temer, presidente nacional do PMDB, tem acerto com Quércia, José Sarney e Dilma. Seguindo a moda do palavriado de Zygmunt Baumer, o PMDB e sua direção são realidades líquidas!

A família Sarney, em geral, aposta em mais de um candidato. Busca se calçar por todos os lados. Na era FHC, José Sarney, o patriarca do clã, foi um tipo de primeiro ministro no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. No segundo mandato de FHC, o seu filho, O Filho (Zequinha) foi ministro do Meio Ambiente de 1999 até 2002. Ficou como ministro praticamente todo o segundo mandato de FHC. No governo Lula, o patriarca e a filha tornaram-se aliados desde o primeiro mandato, mas Zequinha, tempos em tempos, faz críticas ao governo Lula. Em 2005, Sarney Filho foi pessoalmente entregar a lista de assinaturas para instalar a CPI do Mensalão. Essa CPI criou uma situação política difícil para o presidente Lula, que quase sofreu um golpe. O presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes afirmaram, em entrevistas recentes, que houve uma tentativa de golpe nesse período.

No ato de entrega da lista de assinaturas (da CPI do Mensalão) para Renan Calheiros, que na época era o presidente do Senado, Zequinha disse: “devem ser apuradas com rigor”. Hoje, em pleno pleito presidencial, o Zequinha está com Marina, candidata do seu partido, o PV (Partido Verde). É de conhecimento de todos que o PV está coligado com o PSDB em estados eleitoralmente importantes. Essa militância verde é âncora política dos Sarney em caso de vitória de Serra.
Sarney Filho é, em muitas análises locais, colocado em uma posição sem importância para a perpetuação do mando político da família. Isso me parece um erro. Zequinha é Filho, mas não bebê. Há 27 anos ocupa uma vaga na Câmara Federal. Chegou lá aos 26 anos de idade. Mais da metade de sua vida, 53 anos, está a serviço da continuidade da família no controle político do Maranhão. Está no 6º mandato consecutivo. Sempre fiel e leal ao pai e a irmã, pois toda vez que diz que é ideologicamente diferente deles, acentua ainda mais o papel que lhe cabe em prol da família. Se Serra for o vencedor, Zequinha estará lá, tentando garantir a sobrevivência politicamente da família. Que filho e que irmão.

O aprofundamento de uma polarização fechada entre PT e PSDB como polos, assume cada vez mais a cara de bipartidarismo de conveniência. Não existe polarização só quando tem dois polos. Polarizar é ter capacidade de interferir nas ações do outro ou dos outros. Mas o que mais importa destacar aqui é o estreitamento do discurso em torno de dois mandatos do PSDB e dois mandatos do PT. Onde vai ficar o Brasil nisso? Onde questões importantes vão ter espaço? Se os partidos de poucos minutos de TV não insistirem em ampliar o debate, mostrar os novos desafios do país diante do cenário internacional, a necessidade de uma reforma política ampla e de aprofundar o poder da participação dos cidadãos, expandir os instrumentos de controle externo e transparência das instituições públicas e privadas, o discurso vai ser um troca-troca de acusações totalmente infértil para o Brasil.

Por outro lado, a complexidade e a diversidade que compõem o Brasil precisam ser discutidas e pensadas em um momento como esse. A Avenida Paulista é parte do Brasil, não é síntese do Brasil. É algo significativo, mas é o todo. O resto do Brasil tem muitos pequenos cuxás, rapaduras, maniçobas etc.

Voltemos: Por que a aliança do PT com o PC do B no Maranhão é uma preocupação para a direção nacional do PT? Por que o Quércia com PSDB não é? A direção nacional do PMDB (Michel Temer) não vai fazer uma intervenção no diretório estadual do PMDB de São Paulo? A aliança pretendida aqui no Maranhão não é com o PMDB? Se a aliança é partidária, não deveria existir uma reciprocidade? Se a direção nacional do PMDB fizer Quércia recuar, fica um pouco mais “compreensível” uma intervenção do diretório nacional do PT no Maranhão.

Porém, porém, começo a suspeitar de algumas coisas: a) Maranhão faz parte do nacional ou São Paulo não faz parte do que conhecemos como Nacional; b) a aliança que a direção nacional do PT quer que o PT local faça é algo totalmente singularíssimo, se levado em consideração os partidos que apoiam a candidatura Dilma e os desdobramentos das alianças nos demais estados. Deve existir uma lógica de orientação nacional (e de interesse nacional) que só é aplicável no Maranhão; c) o voto no Maranhão é como jogo de basquete, tem arremesso que vale três pontos e vai compensar o apoio do PMDB de São Paulo a Serra; d) Só sendo um Zequinha para ter direito a discordar e ter opinião própria; e) dizer isso tudo, nesse momento, pode não me render frutos doces... Porém, só sei ser eu mesmo. Os atos de debater, expor opiniões parecem que estão se convertendo em pecado nesse momento “religioso” da política brasileira. Ser aliado não é ser estúpido. Aliado estúpido é sonho de tirano. Quem faz calar, cala-se, pois destrói para si mesmo a possibilidade de ter com quem dialogar, perde a oportunidade de saber o que os outros olhos captaram da paisagem.

Torço e peço para que se concretize meu engano. Que as concepções e atitudes do senhor Dirceu estejam certas. O que está em jogo não é só uma disputa eleitoral. A condição nacional, a democracia e a república estão em jogo também!

segunda-feira, abril 26, 2010

CIRO FALA: “Fernando Henrique queria ser internacional com vassalagem.”


O Deputado Federal Ciro Gomes (PSB/CE) foi entrevistado no programa “É notícia”, Rede TV, em 27 de abril de 2010 (depois das 00h:30min.). Disse o Deputado:

“O PMDB é hoje um ajuntamento de assaltantes. O Michel Temer faz parte disso”.

“IBOPE. Montenegro vende até a mãe. Vende pesquisa.”

“Onde o jornalista viu que eu tinha 17%? Viu no Sensus, que não vale uma nota de um real.”

“Só quem não chora é o Serra. Ele tem olho de cobra!”

“Todos nós erramos. Outro dia tive uma conversa antológica com o Lula. Nós tínhamos tomado umazinha.”

“Três ou quatro meses atrás eu era um herói do PT.”

“Em termos pessoais, quem mais me prejudicou foi Fernando Henrique!”

“Etapa da infantaria e a etapa da diplomacia.” Para defender o mandato de Lula.

“Aécio defendeu o mandato de Lula.”

“Os jovens tem que ocupar a Câmera para limpar aquela safadeza.”

“Ser candidato por São Paulo seria muito artificial. Ainda mais tendo do lado o PT de São Paulo.”

“Folha de São Paulo é completamente Serra.”

“Quem fez a intriga entre eu e o Serra foi o Fernando Henrique, o mestre da cisão.”

“Fernando Henrique queria ser internacional com vassalagem.”

Bebida que gosta: “Coca-cola Zero”.

“Vou escrever e tentar ganhar dinheiro. Se não for eleito presidente da república.”

O Deputado Ciro vai aguardar a decisão do PSB sobre a sua candidatura, nessa terça-feira. Até lá, disse: continuo lutando.

“Só saio derrotado, desistir nunca!”







Retornar a Marx para pensar nosso tempo? Será ?


Caros leitores, estou em plena temporada de avaliação. Uma montanha de provas para corrigir. Quando terminar essa tarefa do ofício...  postarei textos novos. 
Deixo essa entrevista publicada pelo L’humanité (17de abril de 2010)*.
Peço desculpas, mas não tenho domínio de francês para fazer tradução desse porte ! A internet traduz tudo!



Quel retour à Marx pour penser notre temps?*



FACE-À-FACE AVEC : EDGAR MORIN, philosophe et sociologue, directeur de recherche émérite au CNRS et docteur honoris causa de nombreuses universités dans le monde ; ANDRÉ TOSEL, philosophe, spécialiste de Marx et des marxismes, professeur à l’université de Nice.



Avec la crise, la référence à Marx cesse d’être taboue. Les ouvrages sur l’auteur du Capital se multiplient, ainsi que les dossiers spéciaux dans la presse.



Sans mettre sur le même plan les nombreuses publications consacrées à Marx ces derniers mois, on ne peut, néanmoins, qu’être interpellé par ce regain d’intérêt si soudain. Quand des magazines tels que le Nouvel Observateur ou le Point, chacun avec sa sensibilité, se penchent sur Marx, cela fournit au moins l’indice de quelques fissures dans un paysage médiatique encore dominé par l’idéologie du capitalisme comme horizon indépassable de l’histoire. « Il se peut bien que ce à quoi nous assistons, ce ne soit pas seulement la fin de la guerre froide ou d’une phase particulière de l’après-guerre, mais la fin de l’histoire en tant que telle  : (…) l’universalisation de la démocratie libérale occidentale comme forme finale de gouvernement humain », écrivait en 1989, année de la chute du mur de Berlin, le chef de file de cette conception, l’Américain Francis Fukuyama. Près de vingt ans plus tard, en octobre 2008, des New-Yorkais manifestent devant la Bourse de Wall Street, en brandissant des pancartes « Marx avait raison  ! ». Son « retour » serait-il la conséquence mécanique de la chute des idoles néolibérales  ? Rester à ce niveau de réflexion serait ne voir chez Marx qu’une autre conception de la fin de l’histoire, « la société libre et sans classes », à opposer à celle, enfin reconnue défaillante, d’un Fukuyama. Or ce postulat d’une fin de l’histoire a été largement instrumentalisé pour légitimer des pouvoirs autoritaristes à l’époque du « socialisme réel ». Les deux philosophes, Edgar Morin et André Tosel, que nous avons conviés ici à un échange sur l’actualité de la pensée marxienne, s’inscrivent, chacun à sa façon, à rebours de tout déterminisme historique. 
Marx lui-même, dans son 18 Brumaire de Louis-Napoléon Bonaparte, expliquait que « les hommes font leur propre histoire (…), mais dans des conditions directement données et héritées du passé ». 
Tout l’enjeu est alors de clarifier les véritables fondements de ces conditions… Edgar Morin insiste sur le rôle de l’imaginaire, de la faculté symbolique des hommes  ; André Tosel, sans nier les limites de la tradition marxiste sur ces sujets, revisite la perspective proprement communiste d’une libération éthique et politique de la puissance des producteurs. Deux regards subtils, éclairés et éclairants, sur notre temps, ses défis et ses potentialités.



Laurent Etre



Comment expliquez-vous le relatif regain d’intérêt des médias dominants pour Marx, l’actualité éditoriale autour de ce penseur ?



EDGAR MORIN. Avant de parler du renouveau, il faut revenir sur le collapse du marxisme vers 1977. Ce collapse coïncide avec la fin d’une espérance révolutionnaire. Celle-ci, éteinte en Union soviétique, disparaît avec l’affaire Lin Piao et la bande des quatre en Chine. Alors qu’il était jusque-là perçu comme un peuple libérateur, le Vietnam envahit le Cambodge en 1979, pays où Pol Pot a imposé un régime démentiel, au nom même du communisme. Ce ne sont pas des arguments qui viennent alors discréditer le marxisme. C’est plutôt un système d’espérance et de foi qui se désintègre. L’expérience des régimes totalitaires, impensée par Marx et imposée au nom de Marx, accroît le collapse. En même temps, le capitalisme semble plus ou moins contrôlé par le welfare state, des lois sociales. On se dit que, contrairement à ce qu’expliquait Marx, il ne domine pas toute l’évolution des sociétés. L’idée de révolution s’évanouit. Le désenchantement permet de percevoir des carences importantes dans la pensée de Marx sur l’État, le pouvoir… Puis, à partir des années quatre-vingt-dix, l’implosion de l’Union soviétique, la mondialisation du capitalisme jusqu’en Chine, au Vietnam, aggravent la crise du marxisme. Mais dans le même temps, la renaissance d’une problématique marxienne s’amorce. On prend conscience peu à peu que le néolibéralisme, sous l’égide duquel s’effectue la mondialisation, provoque, en même temps qu’un déchaînement du capitalisme, un accroissement d’inégalités et de misère : le capitalisme redevient ennemi de l’humanité. Les effets de la mondialisation ont dégradé le welfare state protecteur… La concurrence mondiale fait que les industries se délocalisent sans que puissent réagir des syndicats considérablement affaiblis. D’un côté, le capitalisme est triomphant, ce qui paraît démentir Marx ; de l’autre, les vices et les maux qu’il apporte confirment les thèses de Marx. En tout cas, avec les années quatre-vingt-dix et deux mille se développe une prise de conscience que le néolibéralisme est lui-même un mythe idéologicosocial. Le problème, aujourd’hui, c’est que si la capacité de dénonciation est devenue de plus en plus forte, la capacité d’énonciation d’une nouvelle politique n’existe pas encore. Quoi qu’il en soit, si l’on revient à Marx actuellement, c’est à la fois comme penseur du capitalisme, comme penseur de la consommation (Marx disait que la production ne crée pas seulement un produit pour le consommateur, mais un consommateur pour le produit) et comme penseur de la mondialisation.



ANDRÉ TOSEL. Je dirais que le modèle soviétique s’est épuisé de lui-même. Il a été encerclé, pris dans la course à l’armement. Mais cela ne peut faire oublier qu’il n’a pas su développer une autocritique capable de relancer un processus démocratique révolutionnaire et de libérer la puissance des producteurs, des masses populaires, dans le meilleur esprit de ce que Marx voulait lui-même. L’épuisement remonte, de mon point de vue, aux années soixante et soixante-dix, quand la rupture sino-soviétique se consomme. Ce qui s’effondre, c’est une expérience historique qui a libéré des espoirs immenses mais qui, finalement, révèle ses limites ainsi que sa violence. Le point le plus douloureux dans cette histoire, c’est que le parti, qui avait été une organisation antiétatique efficace en 1917, s’est lui-même constitué en État autoritaire inédit. Autrement dit, l’organisation qui avait fait la force du léninisme s’est révélée être aussi son point faible. Je pense que nous sommes aujourd’hui à un tournant historique. On retrouve Marx parce qu’il offre des réserves de critiques encore pertinentes face aux problèmes de notre temps, mais qui, bien sûr, ne peuvent suffire. Sur les problèmes des nations, de l’État, de l’idéologie, de la fonction symbolique dans les rapports sociaux, la tradition marxiste a été peu prolixe. À cela s’ajoutent le problème de la fragmentation ethnique, celui des violences inouïes qui se développent à l’intérieur des sociétés. Il faut également élaborer une réponse au défi que représentent toutes ces mutations anthropologiques tendant à transformer les masses populaires en masses consuméristes, désagrégées, en proie à toutes les dérives possibles. Marx ne pouvait pas tout penser, tout anticiper ! Aujourd’hui, l’urgence, c’est de penser le monde de la mondialisation. Et je crois que ce monde est vraiment structuré par un capitalisme rendu à une certaine animalité. C’est en ce sens qu’il me semble utile de revenir au Marx de la critique de l’économie politique, celui qui pensait une autre humanité possible, celui qui n’imputait ni à la science ni à la technologie les apories inscrites dans la soumission des activités humaines par le capital.



Et quid du marxisme ? Peut-on reconnaître à certains marxistes un apport créateur à la théorie de Marx ?



ANDRÉ TOSEL.Il faut dire, pour l’honneur du marxisme, qu’il y a eu des dissidents en son sein, des hérétiques qui n’ont jamais eu le pouvoir. Il y a eu Trotski, mais aussi Gramsci, le penseur de l’hégémonie politique. Il y a eu Henri Lefebvre, marxiste humaniste et « critique de la vie quotidienne », pour reprendre le titre de son ouvrage majeur. Il y a eu Luckacs, penseur de la réification, ce phénomène par lequel les relations sociales entre personnes prennent la forme de relations entre des choses. On peut aussi reconnaître à Althusser le mérite d’avoir posé de bonnes questions, même si on peut discuter son idée d’une « coupure épistémologique » séparant un jeune Marx humaniste et philosophe d’un Marx « de la maturité », qui aurait été un scientifique pur et dur.



EDGAR MORIN. L’oeuvre d’un grand penseur complexe comme Marx se dégrade inévitablement chez les épigones. Chacun ramasse un bout de l’oeuvre et tend à réduire la totalité complexe au bout qu’il a ramassé. C’est ce qui est arrivé au marxisme en général. Certains ont retenu de Marx sa doctrine économique ; d’autres se sont focalisés plutôt sur la prédiction d’une société sans classes à travers la révolution, etc. Quand, au contraire, on essaie de maintenir la complexité de la théorie, ce n’est pas un tout figé qui se dégage, mais un mouvement de pensée qui affronte et tient ensemble les contradictions. Une façon de sortir du marxisme dogmatique par le haut, c’est d’arriver à maintenir ouverte la dialectique, c’està- dire maintenir la tension entre réel et rationnel au lieu de prétendre apporter une synthèse totale et définitive de ces deux pôles. Des processus de régénération de la théorie marxienne ont eu lieu sur cette base. Ainsi, Lucien Goldmann a montré que la fin du capitalisme, l’avènement d’une société sans classes, devait être comprise comme possibilité et non comme nécessité historique. Joseph Gabel, de son côté, s’est tourné vers l’étude de la théorie de Minkowski sur la schizophrénie pour expliciter le concept marxien de réification. Ce sont deux exemples parmi bien d’autres. En qui me concerne, ce que j’appelle la « pensée complexe » est méta-marxienne. Pour moi, Marx est une étoile dans une riche constellation de pensée avec Héraclite, Pascal, Rousseau, Hegel…



Mais pour avancer vers des progrès de civilisation, n’a-t-on pas toujours besoin de l’utopie d’une humanité réconciliée avec elle-même, de la vision d’une « société libre et sans classes » ?



EDGAR MORIN. Je voudrais d’abord dire que, pour moi, il y a une carence anthropologique dans la pensée de Marx. Celui-ci a bien vu l’homo faber, producteur de ses propres outils et de luimême. Mais il n’a pas vu l’homo sapiens demens, l’homme délirant, poète, producteur de mythes. Il n’a pas saisi que la folie humaine est aussi constitutive que la raison. C’est en étudiant les sociétés dites archaïques, leur rapport à la mort, que j’ai pris la mesure du caractère crucial de l’imaginaire. Certes, Marx a compris l’importance de la religion, « le soupir de la créature opprimée ». Mais pas celle du mythe en général. Maintenant, pour répondre à votre question, je dirais qu’il y a deux types d’utopies : celle de la société harmonieuse, totalement réconciliée et parfaite qui, à mon avis, conduit toujours au pire ; et la bonne utopie, qui consiste à penser que ce qui paraît actuellement impossible est en fait véritablement possible. Par exemple, quand on y réfléchit, parvenir à une planète sans guerres, c’est possible, de même que dans les royautés on supprimait les guerres entre féodaux. Traiter le problème de la faim, c’est également possible.



Une société monde d’un type nouveau est possible. J’ai coutume de dire : le renoncement au meilleur des mondes n’est pas renoncement à un monde meilleur. Certes, rien n’a commencé vers le salut. Mais la planète, aujourd’hui, grouille d’initiatives à la base. Il se crée partout des coopératives, des associations de chômeurs, etc. J’ai vu, au Brésil, les efforts déployés pour régénérer certains quartiers qui semblaient condamnés à la délinquance et à la misère. L’enjeu, c’est de faire se connaître et se rencontrer ces différentes initiatives locales. C’est alors que l’on pourra élaborer les voies nouvelles. Je préfère parler de métamorphose plutôt que de révolution. Le passage de la préhistoire à l’histoire, ce fut une métamorphose. Ce sont de petites sociétés sociétés de cueilleurs et de chasseurs, sans État, sans agriculture, sans ville, qui, par des phénomènes d’agglomération et de domination de l’une sur les autres, constituent les sociétés qui sont les nôtres, des sociétés avec État, villes, religions, armées, conquêtes, philosophie, art, etc. Je pense qu’au terme d’une nouvelle voie il y a possibilité d’une métamorphose. Ce mot est important à mes yeux, parce qu’il a la radicalité du changement impliqué dans le terme de révolution mais sans le « du passé faisons table rase ». Il s’agit de réconcilier l’idée de réforme et celle de révolution en suggérant que c’est par des voies réformatrices multiples et solidaires que l’on pourra changer de voie et aller vers une métamorphose.



ANDRÉ TOSEL. Ce débat n’est pas nouveau, il traverse toute l’histoire du mouvement ouvrier. Jaurès avait forgé le concept « d’évolution révolutionnaire ». Il voulait expérimenter les coopératives sur la base de l’acquis démocratique de la France, de l’inventivité du prolétariat français, faire de la république une république sociale. Marx et Engels ont toujours pris la mesure des conjonctures historiques. Engels avait envisagé une voie pacifique et graduelle au socialisme. Dans la préface de 1895 à la réédition des Luttes de classes en France (1850), la république démocratique est une voie comme une autre. La difficulté, dans le contexte de la mondialisation néolibérale, c’est de tenir les deux bouts : radicalité critique et analyse de la situation concrète, sans idéaliser la puissance d’une contreviolence révolutionnaire qui peut se révéler contreproductive, sans se faire non plus des illusions sur la bonne volonté des castes dirigeantes. Certes, il existe bien ces microchangements, ces efforts d’expérimentations que vous évoquiez. Pour ma part, je crois aussi qu’on insistera jamais assez sur la nécessité absolue aujourd’hui, alors que tout modèle de transformation a disparu, d’expérimenter et de traduire ces expérimentations les unes dans les autres. Ceci dit, il demeure une vraie difficulté : comment passer de résistances, de luttes au niveau local, à des convergences investissant le niveau global ? On voit bien la sinistre farce que constitue la « gouvernance mondiale », manipulée par les multinationales, elles-mêmes liées aux États les plus puissants capables de se projeter sur le plan géopolitique. Face à cela, nous n’avons pas réussi à constituer une action internationale ou transnationale. Cela se nommait jadis l’internationalisme. Tout reste à faire.



EDGAR MORIN. Je fais un pari sur la créativité de la vie et la créativité humaine. Comme Spinoza, je pense que c’est la nature elle-même qui possède la force créatrice. La créativité humaine est endormie dans les sociétés figées, chez les esprits domestiqués, mais elle peut se réveiller, notamment dans les crises. Les crises, comme celle que nous vivons aujourd’hui, réveillent les capacités créatrices et, malheureusement aussi, destructrices. Je pense que nous pouvons voir dans chaque domaine de l’existence ce que l’on doit changer. Il faut partir de là, et non d’un projet ou d’un programme. Tout est à transformer. Prenons la médecine, qui a fait des progrès considérables. On voit bien aujourd’hui, aussi, ses carences énormes : ce sont les organes qui intéressent, et non l’individu ; ou alors c’est l’individu, mais sans considération de son milieu. Ce faisant, les hôpitaux deviennent des lieux de déshumanisation. Il faut donc réformer la médecine, donner une autre culture aux médecins. Je dirais aussi qu’il faut réformer la consommation, car on vit une époque d’intoxication consommationniste sous l’effet de la publicité. Il faut réformer l’alimentation, l’agriculture, faire reculer la grande exploitation tournée vers le toujours-plus et l’exportation au profit d’une agriculture à taille humaine, tournée vers la satisfaction des besoins des populations locales. L’idée de voie me paraît en elle-même révolutionnante. Les plus grands changements ont toujours été modestes au début.



Mais emprunter la voie d’une société d’émancipation, cela ne signifi e-t-il pas nécessairement s’employer activement et consciemment à sortir du capitalisme ? Peut-on avancer vers l’émancipation sans partir du projet d’une société postcapitaliste, à partir duquel déduire un certain nombre de principes pour s’orienter dans le présent ?



EDGAR MORIN. Ce que je crois, , c’est qu’il y a certains phénomènes d’émancipation à l’intérieur d’un monde où le capitalisme existe. L’abolition de l’esclavage fut un tel phénomène, même si ses conséquences ont été beaucoup plus limitées que ce qu’on aurait espéré. Je pense que la voie pour dépasser le capitalisme, c’est l’économie plurielle. Et là, un certain nombre de réflexions ont été formulées. L’économie plurielle, cela signifie développer de plus en plus les coopératives, les mutuelles, les petites et moyennes exploitations agricoles, l’artisanat. On vit sous l’empire de la production d’objets jetables, le stylo, le rasoir, l’ordinateur… Mais le retour à des objets réparables fera renaître des corporations de réparateurs, de recycleurs, etc. Il faut mondialiser toutes les expériences qui contribuent à rendre l’espèce humaine davantage intersolidaire, et aussi savoir démondialiser : revenir à l’alimentation de proximité, à l’agriculture fermière et biologique, aux cultures locales. Faire reculer la zone du capitalisme passe par là. Il faut lier une mondialisation d’intersolidarité et de communauté de destin à une relocalisation de la participation, de la convivialité.



ANDRÉ TOSEL. J’aimerais partager totalement votre optimisme. « Optimisme de la volonté, pessimisme de l’intelligence », disait Gramsci. Mais le capitalisme lui-même est lourd de périls extrêmement graves. Marx parle de la soumission réelle du travail par le capital, c’est-à-dire la désappropriation de tous ceux qui travaillent ou sont exclus du travail de tout contrôle sur leur production et leur existence. Cette machinerie économique et politique n’a jamais été aussi puissante, conserve le pouvoir de transformer ses crises en occasions de profit et de pouvoir, en reculant à l’infini les limites de l’accumulation des richesses et leur inégalisation, en manipulant la consommation, en détruisant les solidarités, en multipliant par les médias la faillite de l’esprit critique. Il est impossible d’attendre la grande crise finale. On l’a encore vu avec la crise financière où, finalement, les banques sont parvenues à bancariser l’État bien plus que les États ont nationalisé les banques. Il faut préparer le moment où, à partir des expériences locales que vous évoquez, il deviendra possible de briser cette chaîne de la soumission structurelle. Mais il faut bien comprendre que nous ne pouvons plus suivre les schémas classiques. Il y a urgence, cosmologique, éthique, sociale et politique, à rendre impossible les possibles trop réels du capital. Marx est un homme des Lumières. Il veut que le positif l’emporte sur le négatif, qui est supposé le contenir en puissance. Mais, aujourd’hui, peut-on vraiment dire qu’il y a une sorte de balance entre éléments positifs et éléments négatifs de la mondialisation ? Je crois que c’est la résistance aux éléments négatifs qui fera véritablement apparaître le positif.



EDGAR MORIN. Je ne suis pas dans l’euphorie. Pour moi, le probable, c’est plutôt la catastrophe, et pas seulement écologique. Ce que j’ai voulu dire en parlant d’un côté positif de la mondialisation, c’est que, pour la première fois, l’humanité a une communauté de destin. Mais je ne nie pas que le capitalisme soit actuellement plus que jamais déchaîné vers le profit illimité, et cela dans un contexte où montent les haines ethno-religieuses, ou nationalo-religieuses, avec des embryons de guerre de civilisation entre le monde occidental et un islam sur lequel on reporte toutes les malédictions. Par ailleurs, le développement scientifique produit des éléments de destruction et d’asservissement de plus en plus importants, en tout cas plus importants que les bienfaits qu’apportent les sciences. De même la technique nous asservit, bien plus qu’elle n’asservit la matière inanimée. Là où je suis optimiste, c’est que je mise sur l’improbable, sur la possibilité que la catastrophe soit évitée. Je réveille alors l’espérance qui était morte.



ANDRÉ TOSEL. D’accord pour espérer dans l’espérance, pour parier sur elle. Mais cette espérance est soumise à deux conditions : d’abord, je ne suis pas sûr qu’il faille reprendre à notre compte la critique de la science et de la technologie venue d’Heidegger et reprise par les théoriciens de l’école de Francfort. Heidegger évite par cette critique de se confronter directement et nommément au capitalisme, alors qu’il en voit le nihilisme déployé. Science et technologie sont actuellement incorporées dans le capital. La lutte émancipatrice passe par leur désincorporation et leur appropriation par les forces que Gramsci nommait les masses subalternes. La seconde condition est celle du devenir actif de ces masses. Et surtout de ceux qui aujourd’hui sont écrasés, vivent dans le dégoût de la vie et la haine de ces « autres » qui ne sont pourtant pas leurs ennemis. Cela pose notamment, encore une fois, la question de l’organisation politique. Ne perdons pas de vue, enfin, que derrière la mondialisation, il y a des classes dirigeantes, des castes nouvelles : elles vivent dans leur ghetto doré, n’ont plus le sens de la responsabilité des conséquences de leurs actes. Elles sont incapables de penser dans le long terme. Cette impuissance à penser long contamine toute la société. Pour les uns, il s’agit d’accumuler toujours plus dans l’immédiat en détruisant ou absorbant les concurrents. Pour les autres, il s’agit de subsister au jour le jour. Le rapport à la durée se contracte dans l’instant comme s’atrophie la perspective d’un futur faisable. Le devenir actif ne peut se faire valoir qu’en demandant des comptes à ces castes qui font de notre monde superficiellement unifié un non-monde inhabitable et qui nous prive de la dimension du temps à venir, du temps qu’il fera demain. Je pense qu’il y a une sorte de destruction de la conception et de la perception du temps. Tout est mesuré à la rapidité des profits, des retours sur investissement. Si on veut un devenir actif, il faudra bien que l’on puisse faire valoir à ces élites qu’elles sont responsables de détruire le sens du temps.



EDGAR MORIN. Ce ne sont pas seulement les élites économiques qui sont en cause ; ce sont également les élites politiques, qui se sont déculturées. En tout cas, je pense qu’il faut régénérer la politique en régénérant une pensée de la société, de l’homme, de l’histoire. Le problème fondamental, c’est de refonder la pensée politique de gauche, d’éveiller les consciences et de susciter de nouveaux modes d’action. Un retour à ce qu’il y a de plus fécond chez Marx ne peut que contribuer à la régénération politique.



ENTRETIEN RÉALISÉ PAR LAURENT ETRE



BIBLIOGRAPHIE (NON EXHAUSTIVE) :



Edgar Morin est notamment l’auteur de Pour une politique de civilisation (éditions Arléa, 2002), Terre-patrie (Seuil, 1996), Introduction à une politique de l’homme (Seuil, 1999). Son oeuvre majeure, la Méthode, est composée de 6 volumes parus au Seuil de 1981 à 2004. Vient de paraître également, aux éditions Temps Présent, Pour et contre Marx, 128 pages, 14 euros. André Tosel a publié récemment le Marxisme du XXe siècle, aux Éditions Syllepse, 302 pages, 24 euros ; ainsi que Spinoza ou l’autre (in)fi nitude, aux Éditions L’Harmattan, 282 pages, 26 euros



segunda-feira, abril 19, 2010

(com alterações) O SENHOR SERIA A ALTERNÂNCIA?


“ (JB*) O senhor seria a alternância ?

“(FD**) Não eu, propriamente. Há uma geração de lideranças que não estão só na política, estão também no mundo empresarial, estão no mundo dos movimentos sociais e estão no próprio Judiciário, no mundo da magistratura. Há uma demanda social e hoje a minha candidatura é a confluência dessa expectativa. Eu não tenho nenhum tipo de messianismo, nem um tipo de salvacionismo, nem um tipo de bonapartismo ou cezarismo [sic.], dizer “ah, eu serei o salvador do Maranhão”, não tenho essa pretensão. Até porque não existe esse personagem. Mas a candidatura é o caminho para que nós possamos ter o ciclo novo realmente democrático no Maranhão.

“ (JB) Qual a primeira e imediata medida que tomará caso seja eleito governador?

“(FD) Primeiro iria deixar claro para o conjunto da máquina administrativa que ali havia um comando, havia uma direção política, com compromissos bastante nítidos. O primeiro, da probidade, da honestidade na aplicação do dinheiro público. O segundo, da prioridade às políticas sociais. Essa diretriz ficará bem nítida na conduta do governador. Depois eu irei chamar todos aqueles atores que são os responsáveis pela riqueza do Maranhão. O Maranhão não tem uma única vocação econômica. O Maranhão tem múltiplas vocações econômicas. Não são grandes projetos que vão salvar o Maranhão. É o contrário, é exatamente a soma dessas múltiplas vocações econômicas, agricultura familiar, a pesca, o extrativismo, a presença do setor de comércio e serviços. Então nós iremos envolver no projeto de desenvolvimento aqueles que tradicionalmente são esquecidos e essa é a razão principal razão, ao meu ver, do subdesenvolvimento do Maranhão. Eu diria que há uma atitude a ser tomada. E a atitude, ou a postura, é a probidade, a prioridade ao social, desenvolvimento inclusivo, desenvolvimento que leve em conta as múltiplas vocações econômicas.”

Data: Segunda-feira, Abril 19, 2010
Texto enviado pelo colaborador: Marlon Henrique Costa Santos.
Segundo o colaborador essa entrevista com o Deputado Flávio Dino** foi feita pelo Jornal do Brasil*.

Tomei a liberdade de publicar apenas esses dois trechos e de comentá-los brevemente. Porém, espero ser útil na minha empreitada.

Primeiro, o Deputado Flávio Dino (FD) demonstrou muita maturidade política e lucidez quando disse que “Não eu, propriamente”. Isso revela sua consciência diante do seguinte fato: tanto para a tomada do poder como para administrar o Estado há a necessidade de um bloco de forças em projeto. É uma candidatura e um projeto e não somente uma pessoa. Uma atitude de mudança, sem dúvida. De mandões e magos já estamos cheios!

Nesse particular destaco uma situação para ser pensada. No ato de administrar, o projeto deve levar em consideração o seguinte: tem cargos e funções que não podem ser ocupadas pelo critério único da militância. Notórios conquistadores do poder nem sempre carregam qualificações suficientes de como gerenciar a coisa pública. Aí caberia ao PT (Partidos dos Trabalhadores) começar a pensar o projeto de forma mais técnica e sistemática. Governos só de militância e/ou só de personalismo não precisamos mais. Também caberia ao PT buscar frear tanto personalismo (no seu intestino) e estabelecer um objetivo político para o partido como um todo. Não é só estar no governo, mas como efetivamente participar, visando contribuir para consecução de determinados objetivos.

É preciso destacar a perspectiva de estabelecimento uma nova configuração política, com um campo democraticamente mais competitivo e ampliado. Considero importante um diálogo mais ampliado, que envolva os partidos considerados mais a esquerda. Não é uma coligação, mas buscar o entendimento de que o alvo deve ser um só. A tarefa principal agora não é um embate entre a esquerda e a extrema esquerda, a esquerda e a verdadeira esquerda, mas dos setores progressista e engajados contra o que há de mais atrasado e arcaico da direita brasileira. Depois do campo limpo... Põe-se em pauta quem ou não a verdadeira esquerda. Agora o alvo tem que ser um só. Todos os setores progressistas e de esquerda devem mirar no mesmo alvo.

Segundo, chegar ao poder é diferente de conseguir comandar a máquina administrativa. No Maranhão, a história recente nos dá um exemplo grandioso: o governo Jackson Lago. Jackson foi um governo arquipélago, onde cada secretaria era uma ilha etc., etc. Só palavra não vai ser suficiente. Só dizer quem está no comando não funciona. Por que? Porque é uma “usina de vícios”, como bem disse o próprio Deputado Flávio. Uma das bases desses vícios decorre da implantação por “concurso” ou outros meios, em todos os órgãos importantes da administração, de séquito devotado à família e devedores de favores, que estão atuantes, ano após ano, para garantir o patrimonialismo e a pilhagem da coisa pública.

Faz-se necessário uma canetada democraticamente firme, que instaure novos fluxos de decisões e de processos, estabelecendo novos postos de comando, visando tirar do topo da hierarquia alguns fiéis seguidores do mandonismo e do patrimonialismo, para que a teia não se retroalimente. A engenharia política necessária para o momento envolve uma engenharia administrativa.

Terceiro, é bastante positivo pensar a economia como múltipla, pensar em envolver setores e desenvolvimento integrado. Tenho particular dificuldade de aceitar, do ponto de vista acadêmico, o conceito de “vocação”. Mas deixemos quieto... O mais importante é que há uma nítida vontade de reconhecer e incorporar a inventividade social na agenda dos programas governamentais. Para tanto, serão necessários estudos mais técnicos e especializados sobre os arranjos produtivos locais. Que possam servir para intervenções que resulte na elevação da renda, maior empregabilidade, melhoria na qualidade dos produtos e maior agregação de valor. Também exigirá o aperfeiçoamento e barateamento das técnicas, visando lucratividade e sustentabilidade. Aqui vejo que é fundamental trazer as universidades para essa empreitada. Hoje, diversos arranjos produtivos, com grande empregabilidade, correm riscos de retração por conta da matriz energética, que não está sendo substituída por falta de investimento em pesquisa.

Porém, não vejo como democrático e nem republicano um conservadorismo festivo, fruto de uma antro-pologia sem Antropologia que, em nome das tradições, assiste a perpetuação da miséria “sem grilo”. São os pesquisadores embalsamadores que, para eternamente explorar seu objeto de estudo, buscam forjar um imobilismo de diversas comunidades. Tudo na cultura é dinâmico. Essa idéia de pureza e imóvel não tem sustentação nem na cultura nem na história. A identidade é sempre uma existência arranjada no contexto presente. A memória só existe pelo presente.

Tradição demais mata qualquer civilização, pois impede a chegada das inovações que podem responder às novas necessidades. O Maranhão é o maior colecionar de projetos fracassados junto às chamadas “comunidades tradicionais”. Não basta levar um artefato de tecnologia, faz-se necessária levar a cultura dessa tecnologia para dialogar com o valores locais. É preciso pensar as intervenções com noções de ciências de tecnologias de baixo custo e as dificuldades e limitações sociais locais.
Do lado do projeto de produção tem que existir um projeto de escoamento, de beneficiamento e de comercialização dos produtos.

Falta, nessas populações, alguns outros saberes e técnicas necessárias para que respondam melhor às múltiplas necessidades atuais. Não seria nenhuma apologia ou culto ao capitalismo difundir noções de empreendedorismo (já são empreendedores, mas falta incorporar alguns elementos aos seus negócios), cooperativismo etc. no interior dessa população. Por outro lado, falta uma política educacional de qualificação de mão de obra in loco. Falo inclusive da qualificação para explorar as próprias potencialidades locais disponíveis e, muitas vezes, sub aproveitada.

Vejo que setor industrial deve entrar nessa pauta e temos potencial para diversificar o parque industrial. O problema maior aqui no setor industrial é a falta de uma política de atração mais agressiva e o maldito esquema dos %. Capital produtivo não vai querer enricar ninguém de graça. É por isso que aqui a livre iniciativa é fraca, pois ninguém pode ter iniciativa livre. Quem vai querer sair de São Paulo para implantar algo aqui tendo que entregar, de mão beijada, parte do seu negócio?

Esse cuidado do Deputado Flávio com a produção e o desenvolvimento é também importante, porque aponta para um problema gravíssimo no Maranhão: miséria e produção. Graças ao Governo Lula, com a bolsa família, os índices de miséria baixaram no Maranhão, mas isso não tem se revertido automaticamente (e em mesmo grau) em independência econômica dos beneficiados. A produção, em alguns setores, não cresceu com a garantia do mínimo calórico para a população. A garantia do mínimo calórico não foi acompanhada de um aumento de produção e da produtividade. Muitos não foram incorporados ao mercado formal de trabalho por falta de qualificação profissional. Se for retirada essa ajuda (bolsa família) as consequências serão de agravamento da qualidade de vida para essas pessoas. Observei que em alguns povoados o ciclo de reprodução do grupo foi sensivelmente afetado. Algumas atividades produtivas foram parcialmente abandonadas. Tem gente só vendo o aumento do nível de consumo, mas não analisa o que está sustentando isso. É preciso combinar o benefício à produção de autonomia.

O setor da produção alimentar necessita ser cuidado com urgência. Se continuar do mesmo jeito... vamos, em breve, importar até piaba do...

sábado, abril 17, 2010

VOTO ELETRÔNICO E FRAUDE



Não se pode considerar como uma democracia efetiva onde os procedimentos e mecanismos de participação não possam ser examinados, corrigidos e supervisionados. Enfim, não pode gozar de todos os créditos de democracia onde não há transparência e credibilidade ao exercício da vontade popular.

A postura que tenta eliminar o debate através de fórmulas do tipo: “por definição”, “última palavra” e “situação inconteste”, só pode ser pensada como autoritária. A segurança da urna estabelecida por decreto, na fórmula “por definição”, é uma coisificação para gerar crença cega aos que não se permitem pensar ou enganam-se pela sua boa fé. Esse contexto é gerado por transe psíquico de exaltação do Eu, em que alguns togados sentem-se em pura onisciência e elevação. Carregados pela sensação de poder inconteste não aceitam e nem permitem a vocalização dos questionamentos e das preocupações sobre a segurança da urnas eletrônicas.

Democracia é espaço público com contraditório e exigência de transparência pública. Vigiar e proteger o voto de manipulações antidemocráticas, desenhadas e edificadas nas salas frias dos palácios, é exercício de cidadania que garante a participação com poder.

O debate sobre a segurança das urnas eletrônicas existe e são amparados por estudos científicos. Sites para conhecer mais sobre o assunto:
http://www.lpchat.com/carta_documento.html
http://www.votoseguro.com/alertaprofessores/
http://www.youtube.com/watch?v=AY6nefQTf5A

terça-feira, abril 13, 2010

ELES NUNCA FIZERAM NADA



Quanto à propaganda do PMDB e o pronunciamento da Governadora Roseana Sarney, considero que, baseado nas concepções da linguística contemporânea, o erro foi cometido por quem escreveu o texto.

Se ela falou, mas não escreveu, fica sem essa bendita culpa do erro. Se alguém fala e o outro entende, a linguagem cumpriu sua tarefa, fica difícil dizer que está errado. São coisas como “nunca antes”, tão difundida entre nós. Erro quem está cometendo sou eu, escrevendo desse jeito aqui!

O mais significativo da fala da governadora é sua afirmação: “NUNCA SE FEZ ” na saúde. É uma valiosa confissão. Quer dizer que Eles, os Sarney, nunca fizeram nada pela saúde. Nesse “nunca” estão inclusos os Dois Mandatos anteriores da governadora e os governos dos seus Avatares, em quase 50 anos de domínio político.

Governadora, Parabéns pela sinceridade!

sábado, abril 10, 2010

A VANGUARDA DO ATRASO



Depois de um árduo exercício de reflexão (eu tentei fazer, não sei se consegui) formulei as considerações seguintes:

1- Não tenho a menor capacidade de entendimento e discernimento. Capacidade cognitiva zerada. Explico: não consigo ver a óbvia coerência da aliança PT e os Sarney (a sigla partidária pouco importa). Não consigo ver como essa aliança é imprescindível para eleição de Dilma. Se a questão maior é a aliança com o PMDB, por que isso não recebe a mesma importância ou é relativizada em colegios eleitorais como Minas Gerais, Pernambuco etc?

2- Quem sabe mais sobre a campanha de Dilma:

a)(  )- Dilma que fez uma ilustração de dobradinha com o governador de Minas, Antonio Anastasia, do PSDB. Ontem, a pré-candidata do PT tentou acalmar os “chocados” do PMDB com o seguinte pronunciamento: “Ninguém pode ser autoritário com o eleitor. Eu respeito o que o eleitor fizer e, sendo assim, você não pode dizer como ele deve votar”;
b) (  ) - Os sarneysistas petistas, que juram firmemente que a aliança do PT com os Sarney é puramente visando à vitória de Dilma, diferentemente da candidata, não reconhecem que quanto mais aliados ela tiver em cada estado, melhor chance terá diante de Serra.

Por que essa fórmula de Dilma não se aplica aos eleitores que votaram contra a aliança do PT com os Sarney? O pensamento de Dilma não deve ser levado em consideração?
Por favor, ajudem-me a entender.

3- Ontem, o jornal O Estado do Maranhão, em sua primeira página (capa), deu destaque para os petistas que vão ocupar duas secretarias no governo de Roseana. O mais brilhante da nota está na adjetivação dada aos novos comandados da governadora (off-sufrágio): “RESPONSÁVEIS E RACIONAIS”.
Mirem, por favor, isso deveria ganhar um Nobel. Mais uma vez vi o quanto sou limitado. Percebi que tudo aquilo que Hannah Arendt, Merleau-Ponty etc. escreveram sobre a razão e a racionalidade não tem nenhum significado diante da intelligentsia de O Estado do Maranhão. Arendt tentou demonstrar, agora vi que foi inútil, que a racionalidade pode assumir uma forma instrumental e ser utilizada tanto para atos considerados positivos como negativos. Exemplifica sua afirmação com a violência praticada pelos nazistas. Quando nega a violência como um produto puramente do instinto, natural, a filósofa evidencia certa racionalidade e instrumentalidade na violência.
Merleau-Ponty, por seu lado, fez sérias considerações sobre a unicidade raciológica apregoada e defendida. Queria chamar atenção para as múltiplas racionalidades. Enfim, deixemos quieto...

A responsabilidade é algo muito relativo e só pode ser aferida com base em um sistema de referências. Mudando a perspectiva de quem avalia, a responsabilidade passa a ser atenuada, acentuada ou isenta. Por exemplo: Se os petistas no governo Roseana fracassarem, a responsabilidade vai ser de quem? Como o jornal O Estado do Maranhão irá publicar isso?
Será que os mais RACIONAIS E RESPONSÁVEIS serão RESPONSABILIZADOS sozinhos? Eu vou fazer um “achismo”: se for um sucesso os créditos vão para a Governadora (guerreira, preparada e competente), mas se tudo for um fracasso os créditos vão para o PT. Isto é, para todos os petistas, mesmo os que agora são classificado como menos responsáveis ou racionais. Não é de duvidar que esse jornalista, mais tarde, quando estiver no olho da rua, diga que estava só cumprindo ordens. Isto é, repetirá a mesma fórmula dos carrascos nazistas quando interrogados nos tribunais. Vide HannaH Arendt.

4- No jornal O Estado do Maranhão (de ontem) também encontrei uma crítica ao pronunciamento de Dilma (entrevista dada pela candidata à rádio Itatiaia), afirmando que a candidata tinha causado desconforto etc. na base aliada. Na verdade, a coluna dizia que ela não sabia se expressar e que o seu estilo não agradava aos partidos da base. Traduzindo: não agradava os mandões e oligarcas do PMDB.
Essa coluna criticando o pronunciamento de Dilma é um favor à campanha dela? Será essa ajuda que Dilma terá da família Sarney durante toda a campanha? Ou é só para ratificar o caráter imparcial desse jornal?
Essa coluna é uma reprodução de O Globo. 
Não fiquem adimirado quando parte do PMBD assumir, no segundo turno, a outra candidatura. Quem Sarney Filho irá apoiar no segundo turno?
O DEM vetou aliança com o PT em todos os estados da federação. Ora, DEM é dos Sarney, o PMDB é dos Sarney, certo?! Como ficará esse sarneísmo petista aliançado com o DEM? Ficará! Aì o que vale é o regimento da família e não dos "partidos"! Portanto, a conclusão mais próximas que cheguei foi que os sarneysistas estão no PT, não é o PT que está no sarneysismo.

5- A família Sarney só sabe fazer campanha para um partido: a família Sarney.
Dilma será a preocupação maior da família? Ajudem-me! Meu cérebro não alcança tamanha complexidade.

6- No mesmo dia e no mesmo jornal já citado... li que o senador José Sarney assumirá a Presidência da República protocolarmente.
É?! Qual a necessidade disso? Um presente de despedida? Lula vai ter essa coragem?

Isso ocorrerá mesmo diante do FICO de José Alencar (?): "Eu decidi não me candidatar a nada, vou cumprir meu mandato até o último dia, se Deus quiser, e descerei a rampa como subi".
Quem quer enterrar a candidatura de Dilma?
A dificuldade de Dilma está no Sudeste, onde estão os três maiores colégios eleitorais do Brasil, que são maiores com larga margem númerica. Alguém sabe a rejeição da família Sarney nessa região?
Imaginemos o seguinte: um ato protocolar efetivado, um só, pelo senador ocupando a Presidência e que, analisado pela imprensa, seja publicado como danoso e de favorecimento pessoal... Pergunto: Onde vai parar a candidatura de Dilma?
Imaginem um "ato protocolar" tentando atingir as investigações da Polícia Federal sobre os familiares do senador... Ok! O que vai ser da Dilma candidata?

7- Não consegui ver, nessa “inclusão” do sarneysismo petista no governo Roseana, uma chegada atrasada da vanguarda política ao poder, infelizmente. Sem dúvida, trata-se de uma vanguarda, mas do atraso!

Quero deixar claro que respeito o direito de todo e qualquer cidadão de fazer suas opções, mas não posso deixar de fazer a demarcação do campo político a que me filio, milito e acredito, até o momento! Sempre apostei naquilo que acredito!

Anselmo foi Pró-Reitor de Waldir Maranhão que, por sua vez, foi Vice-Reitor de César Pires e que vai ser substituído na Secretaria de Educação por Anselmo. Isso faz sentido... Moral da história: o Anselmo é um membro orgânico.

Cortar cabelo onde só tem o diário oficial (twitter impresso) da família Sarney para ler... resulta nisso. Puzt! Que corte de cabelo caro!

sexta-feira, abril 02, 2010

PÁSCOA E CAPITALISMO

*

O marxismo vulgar reduziu todas as sagas humanas a uma única praga e a partir de um único olhar: o de Marx. Essa besta avassaladora e que passa a ser o nódulo explicativo, o coringa-mor para todas as desigualdades e violências: o Capitalismo.

Pois bem, se o capitalismo fosse automaticamente extinto hoje, nada garante que sua ausência garantiria felicidade a todos, que milhões de homens e mulheres sairiam da depressão, nem que a dor física cessaria. Tão pouco se teria a garantia de nos livramos do medo e, principalmente, da morte.

A experiência de vida nesse planeta tem se revelado algo muito complexo e cada vez mais o elo perdido apresenta uma nova questão a cada nova descoberta sobre as nossas origens. Porém, a vida não pára, independente disso, a espécie continua se reproduzindo e todos estamos presos no planeta terra diante da imensidão do universo. As questões sobre nossa origem e existência persistem. Como diz Maiakovski: morrer não é difícil... Difícil é viver e seu ofício.

Feito as considerações sobre os limites da culpa do capitalismo, destacaremos sua capacidade de profanar, secularizar, vampirizar e mac‘donaldizar através do feitiço da mercadoria. A Páscoa cristã, assim como o Natal cristão, tem sido alvo constante desse jogo da mercadoria. Os templos do culto materialista de consumo: os shoppings ou xopi mesmo, investem graciosamente para convencer que Natal cristão é um presente, que Páscoa é ovo de chocolate e bacalhau (sempre muito caro e raramente é o bacalhau verdadeiro).

Quem é cristão tem que confirmar que sua Páscoa é JESUS. Todo o significado pascal dos cristãos está em Jesus Cristo.

Jo 1,29: Eis o Cordeiro de Deus (etc);

I Cor 5,7: Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.;

Ef 5,2: Progredi na caridade, Segundo o exemplo de cristo que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.;

Hb 5, 8-9: Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado o seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, porque Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de Melquisedec. (Sobre a ordem de Melquisedec ver Salmo 109);

Rm 6, 5;6; Se fomos feitos o mesmo ser como ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição.(...)

Pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele.;

Lc 17,21: Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o reino de deus já está no meio de vós’.;

Lc 21,28-33: ‘Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.

Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores. Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão. Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabei que está perto o reino de Deus. Em verdade vos declaro, não passará está geração sem que tudo isso se cumpra. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão’.

Finalizo com uma das questões deixadas por Jesus Cristo (Lc 20, 41-44):

Jesus perguntou-lhes: ‘Como se pode dizer que Cristo é filho de Davi? Pois o próprio Davi, no seu livro dos Salmos, diz: Disse o Senhor a meu Senhor. Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Salmo 109,1). Portanto, Davi o chama de Senhor! Como, pois, é ele seu filho?’.

ELE afirmava que era o verdadeiro Filho de Deus, o Cristo esperado, e que existia antes de existir (aqui).

Bem, eu fico com essa Páscoa, com isso que parece improvável e inútil para muitos. Feliz Páscoa!!!

* Essa imagem é alusiva Lc 21,25.





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